Antes da pandemia eu ia bastante em livrarias.
Lembro-me de que os momentos em que nós iamos nelas eram momentos de passeio, ou seja, não iamos apenas quando queriamos algum livro em especial, mas para nós a livraria sempre foi um ambiente reconfortante e prazeroso. Era muito bom me sentar na cadeira perto das estantes de livros e ficar muito tempo folheando e lendo os livros, seja na intenção de compra-los ou não – Algumas vezes ganhei marcadores de página e adesivos – e quando iamos comprar, tinhamos preferência por livrarias pequenas. Uma livraria pequena é bonita, charmosa, acolhedora e claro, pequena.
Um bom exemplo de uma livraria pequena que eu gosto e ia bastante é a Malasartes. Antes da pandemia eu comprava bastante nela. Na maioria das vezes, presentes de aniversário. Teve uma vez que a minha escola pediu para que os alunos levassem prendas para a festa junina e eu comprei lá alguns livrinhos de atividades.
Na Malasartes tem uma moça chamada D. Cláudia. Quem conhece a livraria deve saber de quem eu estou falando, ela tem cabelo curto, um pouco grisalho, usa óculos e recomenda ótimos livros! Uma coisa que eu imagino é que ela lê os livros antes de botá-los a venda, pois ela conhesse os livros que vende, tanto que sabe recomenda-los, não importa para que idade. Semana passada mesmo, a D. Cláudia me recomendou um ótimo livro, da Lygia Bojunga, que se chama Corda Bamba.
Esses pequenos negócios estão correndo muito risco de fechar por conta da pandemia, como se também as pequenas livrarias estivessem em uma corda bamba nesse negócio de fecha ou não fecha. Então, eu comprei o livro que ela me recomendou. Muito legal! É um livro que mostra bastante os sentimentos. A personagem principal, Maria, está sempre em uma corda bamba, não só literalmente, por ser equilibrista, mas também figurativamente, como se ela equilibrasse seus sentimentos.
Durante essa semana eu acabei o livro e gostei muito. Sinto muita falta de poder ir em livrarias, mas logo – assim espero – poderemos ir. Um dos primeiros lugares que vou querer ir depois da pandemia é a Malasartes. E se todos colaborarmos, dando preferências às pequenas livrarias, elas correrão menos risco de fechar. Temos que preservar essas livrarias, porque elas são lugares importantes e que marcam as nossas vidas, pelo menos a minha, tem marcado!
Oi querida,
que texto lindo, fiquei emocionada!
gostei tanto que até peguei o livro aqui pra ler, estou gostando muito. Dona Claudia sabe mesmo das coisas! Logo vamos poder voltar a passear nas livrarias do jeito que a gente gosta - sentando no banquinho da malasartes pra ver todas as novidades e escolher com calma a próxima leitura.
beijinhos e obrigada!
Lindo, Ceci... A Malasartes foi a PRIMEIRA livraria infanto-juvenil do Brasil! Eu ia lá quando era criança também e sempre que vou no Brasil eu visito a Dona Cláudia e suas recomendações. A Malasartes tem um lugar especial no meu coração, e espero também poder voltar lá.❤️
Tanta gente nessa situação de corda bamba né Ceci!? É muito difícil essa situação que estamos passando. Eu, assim como vc, tenho muito costume de ir a malasartes, desde pequena. Lembro de ser mais nova que vc e ir ao teatro com meu pai e dar um passeio na livraria... Fico muito apreensiva com a situação deles, também.
Que lindo relato, Cecília! Eu também amo livrarias e estou morrendo de saudades de frequentá-las! 😉
Eu adorei seu post Cecília,nós q somos crianças devemos sempre pensar no próximo e fazer o possível para ser solidário ☺️